Mil e um sons no meu ouvido, daqueles zumbidos que você não entendemos nada.
Mil e uma pessoas ao meu redor, daquelas que você nem olha para a cara.
Quanta gente!
Quantas línguas, quantos zumbidos ao redor do meu coração.
Nao sei se sinto um vazio no peito ou no estômago enjoado que não quer comer.
SILENCIO!!! Em vão...
Uma vez eu estava sentada em um bistrot tomando cafe da manha e na mesa ao lado estava um casal com seus dois filhos que não se falavam! Não os filhos, o casal! E eu pensei: nunca quero, ser assim, estar assim, junto e sozinho, engasgado no assunto que não vem.
O meu relacionamento no fim das contas sempre foi meio silencioso, não faltavam conversas, mas no fim não tínhamos assunto.
Na verdade acho que não tenho assunto com ninguém.
Vivo no meu silencio.
Agora por exemplo queria alguém para conversar, mas alguém que não me conhece, e que esta disposto a ser meu ouvinte, meu terapeuta.
Eu não sinto nada além da angustia e do medo de perder as pessoas que me amam e respeitam.
E eu?
Eu não amo ninguém!
Sou dona de um egoísmo tão indecente, acho que nenhuma opinião é tão boa quanto a minha, tão descrente das pessoas que enxergam outra realidade que não cálida e meio cinza.
Acho que ele não me mereça, acho que ninguém me merece de qualquer jeito! E não estou falando pelo lado positivo e nem fazendo drama.
Nao tenho pena de mim, nem de ninguém, nem dos amores amados e mal amados ou nao vividos! Acho que a vida é exatamente como deveria, afinal somos quem a gente quiser certo?!
Nao tenho medo de ficar mais mil anos sentada aqui com mais mil pessoas ao meu redor, tenho medo de ser engolida pelo meu egoísmo e ser só.
Que chatisse.